Defeitos
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Temos muitas qualidades, as quais não se faz míster citar; já as conhecemos,
em prosa e em verso ao longo dos anos. Entretanto, cabe às pessoas que
realmente nos querem bem, citar os nossos maiores defeitos.
Aliás, defeitos, todos temos. Ninguém é perfeito. Todos têm falhas de
caráter, problemas com formas-pensamento, reações intempestivas.
Mas, não gostamos de ter os defeitos apontados. Deveríamos ficar agradecidos
às poucas pessoas que têm coragem suficiente para nos mostrar aonde podemos
melhorar.
Mas isso não acontece. Pelo contrário, tal qual crianças teimosas e rebeldes,
ficamos com raiva. Não notamos que essa também é uma forma de amor.
Queremos ser perfeitos. Julgamo-nos verdadeiros deuses da sabedoria, mestres
da esperteza, mágicos, inatingíveis.
Quando nossos defeitos nos são apontados, sentimo-nos traídos, fragmentados,
criticados, rejeitados, vulneráveis.
Afinal, não é fácil praticar o desapego. Não é fácil desapegarmo-nos
de nosso próprio ego.
É na doação que recebemos.
É na entrega que nos libertamos.
É no afastamento que provamos nosso amor.
É na união que nos tornamos fortes e completos.
É pedir menos e dar mais.
É dizer não quando o abuso prevalece.
É amar a nós mesmos.
É termos carinho por nós mesmos.
É não permitir que nos usem, nos esvaziem, nos violentem.
É escutar os lamentos de nosso próximo com mais atenção do que falamos sobre
nossas próprias necessidades.
É ser solidário, cúmplice, companheiro.
É não fugir às lutas, sem se deixar abater pelas derrotas.
É reconhecer nossa impotência perante tudo aquilo que não podemos mudar.
É agradecer, ter compaixão e ficar de pé.
É dar a Deus ao mérito por nossas conquistas, reconhecendo que Ele se
manifesta através de nós.
Luciana Gomes - Rio de Janeiro/RJ
*Secretária
Bilíngüi, Tradutora/Intérprete, Professora de Inglês, Terapeuta Holística
e Teleconsultora da Home Page Auto-ajuda, em Cromoterapia
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